Por que é tão importante perdoar?

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Conviver uns com os outros no ambiente familiar ou num grupo social resulta
muitas vezes em rusgas inevitáveis e evitáveis, podendo produzir sofrimento,
mágoa e/ou marcas emocionais leves ou profundas. Para lidar com tais
sentimentos, as pessoas normalmente optam por uma das três ações: reprimir
os sentimentos, vingar-se ou perdoar a si mesmos e aos outros.


A estratégia de reprimir ou negar os sentimentos conserva a dor, acumula
coisas não resolvidas e, cedo ou tarde, o incômodo doloroso transborda vindo
à tona por meio de comportamentos denunciantes ou somatizações. O prejuízo
nas relações é previsível, pois fazer de conta que está tudo bem quando não
está amplia a suscetibilidade a decepções e prolonga o sofrimento.


Independente da pequena ou grande intensidade, a vingança é repudiável
enquanto sentimento e conduta social porque gera variados tipos de violência
e impede a interação harmoniosa entre as pessoas. Quem busca vingança
concebe mais poder ao ofensor por ocupar seu tempo com ideias negativas,
propagando a dor e, em algum momento posterior, é assolado pelo sentimento
de culpa.


Perdoar não significa esquecer as experiências sentidas, mas observar outros
ângulos da mesma situação. Afinal de contas, quem bate esquece, mas quem
apanha não. O perdão sempre ocorre entre as pessoas, sendo o ato de
desculpar com racionalidade qualquer ação reconhecidamente malfeita da
outra pessoa.


Sair da posição de vítima e assumir o papel de protagonista da própria história
favorece a recuperação de traumas e melhoria da saúde física e mental. Por
outro lado, pessoas que apresentam dificuldade na capacidade de perdoar
estão mais propensas a doenças e problemas de saúde mental.


Para perdoar a si mesmo e ao outro é preciso estabelecer relações saudáveis
perduráveis: identificar a raiva e o ressentimento, tomar a decisão de perdoar e
abrir mão do direito de estar ressentido, evitando pensar mal ou ter
comportamento indiferente direcionado à pessoa que nos feriu. Reconstruir os
vínculos e aplicar o princípio do menos doente assistir ao mais doente.


O ato de perdoar é uma decisão íntima de mudar a si mesmo e não tentar
mudar o outro, eliminando assim os conflitos interpessoais. Não somente
passar por cima da ofensa recebida, mas procurar ajudar o ofensor dentro das
próprias possibilidades, sem qualquer postura de superioridade. Portanto, o
fechamento ideal das relações estremecidas é o perdão.

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